O nome de batismo inicial era Giovanni Bernardone (João Bernardone),
dado pela mãe provavelmente em homenagem a João Batista, que o pai,
Pedro Bernardone, altera para Francesco Bernardone. Por razões ainda
muito controversas, acredita-se que o nome seria em homenagem à França,
país com quem mantinha relações comerciais.
Renunciou ao mundo em 1206, fez penitência durante dois anos e lançou-se
a pregar em linguagem simples e ardorosa. Tem-se dito, que, imitando a
cavalaria, Francisco também teve a sua dama, Madonna Povertà, a Senhora
Pobreza, que ele serviu e cantou com grande entusiasmo.
Em 1209 formou,
com doze discípulos, a família dos doze irmãos menores. Os Clunicenses
de Assis cederam-lhes um pouco de terreno, a porciúncula, e os
Franciscanos construíram ali as suas choças. Adotaram vestuário dos
humildes: túnica grossa de lã, com uma corda na cinta, e sandálias. A
sua missão consistia em praticar e pregar simplicidade e amor a Deus e a
caridade cristã. Esteve em Espanha e África, onde se juntou aos
cruzados do Nilo. Fundou a Ordem dos Frades Menores em 16 de Abril de
1209.
Em 1212 recolhe junto de si Clara d'Offreducci e algumas
companheiras, que, perseguindo o mesmo ideal de pobreza, funda a Ordem
das Clarissas.
Assim, amava e respeitava todas as pessoas, ao mesmo tempo, que protegia
animais e plantas aos quais chamava, carinhosamente, de irmãos. Para
ele, também a chuva, o vento e o fogo deveriam ser reverenciados e
respeitados como irmãos. Nunca consumia mais que o mínimo necessário
para viver e incentivava a todas as pessoas a fazerem o mesmo. São
Francisco é respeitado por várias religiões pela sua mensagem de paz.
Ficou famosa uma oração atribuída a ele que começa com os dizeres
"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz...". Embora não haja certeza
de sua autoria, ela reflete mais que qualquer outra os ensinamentos e a
vida desse grande homem, reconhecido como santo no mundo todo e adotado
como patrono da Ecologia e, porque não, da paz.
Vida e obra Este Santo homem não vivia para si mesmo,
mas para aquele que morreu por todos nós. Enchia a terra com o Evangelho
de Cristo e em um dia percorria 4 ou 5 povoados anunciando o Reino de
Deus, a Salvação, a Penitência e a Oração. Não sabia favorecer a vida
dos pecadores e os repreendia pacientemente. Seus maiores milagres
sempre foram através da Oração. São Francisco era como um rio caudaloso
de graça celeste que alimentava os corações com sua palavra e exemplo,
propunha uma nova forma de vida, o caminho da salvação, o amor a Deus.
Estava sempre preocupado com a construção espiritual de seus filhos, o
caminho das virtudes, a pobreza, obediência, a castidade e sobretudo com
a renúncia. São Francisco tinha o rosto alegre, de olhar simples, afeto
sincero e com o abraço fraterno colhia os desamparados. Amava tanto a
Deus que lutava constantemente pela salvação das almas, seu amor ao
próximo era tão intenso que quando não podia mais andar e quase cego,
percorria as terras montado em um jumento para levar a benção do Senhor.
Em seu amor a Deus sempre repetia: "Senhor! Minha alma tem sede de Vós e
meu corpo mais ainda". Veio ao mundo com assinalado e luminoso destino,
filho de pais abastados, nasceu em Assis velha cidade da Itália,
situada na região da Úmbria em 26 de Setembro de 1182 e foi criado no
luxo e na vaidade. Seu pai Pedro Bernardone, rico comerciante de
tecidos, sonhava fazê-lo homem de negócios e de fortuna, mas Francisco,
de gênio alegre e cavalheiresco pensava mais nas glorias do mundo do que
nos negócios. Em 1202, com 20 anos, foi a guerra entre sua cidade natal
e Perúgia, ao partir, jurou voltar consagrado cavaleiro. Caiu
prisioneiro, ficando um ano na prisão. Comportou-se com serenidade,
levantou a moral dos seus companheiros, transmitindo confiança e
alegria. É resgatado pelo pai, por estar muito doente. Permanece um
tempo em Assis para sua recuperação. Após uma mensagem em sonhos quis
alistar-se novamente, mais ainda debilitado e doente, desiste e aceita
os desígnios de Deus. É modelo de vida cristã para muitos jovens, e é
dos maiores santos da Igreja Católica. A sua vida encontra-se bem
relatada nas Fontes Franciscanas(colectâneas de textos de S. Francisco,
Santa Clara, Santo António de Lisboa, entre outros).
"Carta aos Governantes dos Povos"São Francisco
escreveu: A todos os podestás, cônsules, juizes e regentes no mundo
inteiro, e a todos quantos receberem esta carta, Frei Francisco, mísero e
pequenino servo no Senhor, deseja saúde e paz. Considerai e vede que
"se aproxima o dia da morte"(Gn 47,29). Peço-vos, pois, com todo o
respeito de que sou capaz que, no meio dos cuidados e solicitudes que
tendes neste século, não esqueçais o Senhor nem vos afastes dos seus
mandamentos. Pois todos aqueles que o deixam cair no esquecimento e "se
afastam dos seus mandamentos" são amaldiçoados (Sl 118,21) e serão por
Ele "entregues ao esquecimento" (Ez 33,13). E quando chegar o dia da
morte, "tudo o que entendiam possuir ser-lhe-á tirado" (Lc 8,18). E
quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiores
"tormentos padecerão no inferno" (Sb 6,7). Por isso aconselho-vos
encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e
solicitudes e recebais com amor o santíssimo sangue de Nosso Senhor
Jesus Cristo, por ocasião de sua santa memória. Diante do povo que vos
foi confiado, prestai ao Senhor este testemunho público de veneração:
todas as tardes mandai proclamar por um pregoeiro, ou anunciai por algum
sinal, que todo povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus
Todo-Poderoso. E se não o fizerdes, sabei que havei de dar conta perante
vosso Senhor Jesus Cristo no dia do juízo. Os que levarem consigo este
escrito e o observarem saibam que serão abençoados por Deus nosso
Senhor.
Primeiro chamado DivinoDe fato, pouco depois, teve a
visão de um esplêndido palácio, em que encontrou toda sorte de armas e
uma noiva belíssima. No sonho, foi chamado pelo nome de Francisco e
seduzido pela promessa de possuir todas aquelas coisas. Tentou, por
isso, ir à Apúlia para entrar no exército e, tendo preparado com muita
largueza tudo que era preciso, apressou-se para receber o grau da honra
militar. Seu espírito carnal sugeria-lhe uma interpretação carnal da
visão que tivera, quando nos tesouros da sabedoria de Deus ocultava-se
algo muito mais preclaro. Foi assim que, uma noite, estando a dormir,
alguém lhe falou pela segunda vez em sonhos, interessado em saber para
onde estava indo. Contou-lhe seus planos e disse que ia combater na
Apúlia, mas foi solicitamente interrogado por ele: - "Quem lhe pode ser
mais útil: o senhor ou o servo?" - "O senhor", respondeu Francisco. E
ele: "Então, por que preferes o servo ao senhor?" - "Que queres que eu
faça, Senhor (cfr. At 9,6)?" perguntou Francisco. E o Senhor: - "Volta
para a terra em que nasceste (cfr. Gn 32,9), porque é espiritualmente
que vou fazer cumprir a visão que tivestes".
Segundo chamado DivinoRefeito da grave doença e em
período de transição que mudará sua vida, encontrava-se caminhando fora
da cidade, quando viu um leproso vindo na sua direção, ficou apavorado,
pois tinha horror desta doença, quis fugir, mas manteve-se firme,
dirigiu-se ao doente, beijou-lhe as mãos e o rosto, em demonstração de
afeto e encheu-lhe a bolsa de moedas, com generosidade. Ao retirar-se
sentiu-se vitorioso e voltou-se para ver uma vez mais o estranho, não
logrou perceber figura alguma na estrada, o homem desaparecera
misteriosamente. Após este fato sente o chamado de Deus., mas não muito,
ainda viria Segundo chamado Divino. São Francisco costumava orar numa
velha e abandonada capela, São Damião, frente a um crucifixo repetia
fervorosamente: "Concedei-me Senhor, que Vos conheça, para poder agir
sempre segundo a vossa luz e de acordo à vossa Santíssima vontade".
Terceiro chamado Divino São Francisco ora ante a imagem
do Cristo Crucificado e recebe a missão de restaurar a Igreja. Ora nas
ruínas da Igreja de São Damião. Um dia, pareceu-lhe ouvir claramente:
"Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Restaurá-la para
mim!". Pensando tratar-se do velho templo onde se achava, agiu de
pronto, contando para a reforma com o dinheiro de seu pai, que tinha em
suas mãos.
Ano de 1206
Comparece ante o Bispo Dom Guido III acusado
pelo pai de furto, devolve ao genitor o que lhe pertence, até as roupas
e se declara servo de Deus. Pede ao Bispo sua benção e abandona a
cidade em busca dos caminhos do Senhor, o Bispo vê nesse gesto o chamado
do Altíssimo e se torna seu protetor pelo resto da vida. São Francisco
renuncia à todos os bens que o prendiam neste mundo, veste-se como
eremita e começa a restauração da Capela de São Damião e cuida dos
leprosos. Seis anos mais tarde, esta capela será o lar das Damas Pobres
de Santa Clara.
Ante o Bispo de Assis e seu pai, devolve o dinheiro a este e se despoja
até das roupas, pede a benção do Bispo, dom Guido III É o começo da sua
vida religiosa, sofre e luta da forma mais intensa; ele, que teve de
tudo, abraça a pobreza, deve primeiramente vencer-se a si mesmo, para
logo pedir esmolas. Ele ora e trabalha incessantemente. São Francisco
dizia: "O trabalho, embora humilde e simples, confere honra e respeito e
sempre será um mérito ante Nosso Senhor".
Ano de 1208
Restaura a igreja de Sta. Maria de Anjos
(porciúncula). Esta pequena igreja se conserva dentro da grande Basílica
de São Francisco em Assis (Erigida por frei Elias).
Restaura a Igreja de Sta. Maria de Anjos e São Pedro, persuadido de que
sua missão principal era a de restaurar e construir igrejas zelava
ardentemente pelos lugares em que se celebravam os Santos Mistérios.
A torre da igreja de São Pedro, capela que o Santo restaurou, essa torre
é moderna, mais esse é o lugar. Um dia, na missa de São Matias, escuta o
Evangelho sobre a missão Apostólica, como Nosso Senhor enviou seus
discípulos para pregar o Reino de Deus e a Penitência, fica tão
impressionado que decide então seguir a vida de Nosso Senhor seria pobre
como Ele e pregaria o Evangelho, muda suas vestes de eremita e passa a
ser um pregador ambulante e descalço, começa o estilo de vida
Franciscano. Desde então foi Apóstolo, não descansou jamais, nenhum
instante sequer, pregou a paz e o amor no coração, vivendo sem ódio,
egoísmo, inveja ou outros sentimentos mesquinhos, seus discursos sempre
foram claros, simples, mas incisivos, que a todos afetavam
profundamente.
Ano de 1209
Recebe os primeiros irmãos: Frei Bernardo de
Quintavalle que será mais tarde seu sucessor, homem de grande fortuna
que abandona tudo para seguir São Francisco. Frei Pedro Cattani, cônego e
conselheiro legal de Assis, homem de esmerada cultura, instrução e
dotado de grande inteligência. E o irmão Leão que será sempre e em todas
as horas o fiel companheiro. ele foi
Ano de 1210
Com 11 irmãos vai a Roma, levando uma breve Regra (esta se perdeu). O
Papa Inocêncio III admirado, ouve a exposição do programa de vida e com
regras tão severas, fica indeciso e decide esperar, assim e tudo aprova
as regras só verbalmente. Conta-se que dias mais tarde o Papa em sonhos
teve a revelação da missão destinada por Deus à Francisco (se diz que
este Papa foi enterrado com vestes Franciscanas). Instala-se com seus
irmãos em Rivotorto, perto de Assis, num rancho abandonado e próximo de
um leprosário, esta mísera residência foi a primeira casa por uns tempos
dos irmãos Franciscanos, foi uma vida difícil, sombria e assinalada por
duras provas, mas São Francisco só desejava enxugar as lágrimas dos
desprezados do mundo, os pobres e os leprosos. Apesar do espírito de
renúncia e sacrifício que deveria existir na vida de seus filhos
espirituais São Francisco pregava que um servo de Deus não podia
manifestar tristeza, desanimo ou impaciência. Na alegria da vida, o
Santo via a fortaleza da alma cristã, a força que devia levar aos
desamparados e todos àqueles que sofriam provações. Suas humildes
túnicas amarradas por um simples cordão levam até hoje três nós, são
seus votos de: Pobreza, Obediência e Castidade. Irradiam a luz
Franciscana para toda a Itália, envia missionários, ao igual que o
Cristo, aos pares para pregar o Evangelho, envia também à todo o
Continente Europeu. Na Alemanha são maltratados e encarcerados, pois não
sabiam falar o idioma e a tudo respondiam "Ja" ("Sim"): exemplo: "vocês
são hereges? E eles respondiam "Ja". São Francisco orava e trabalhava
sem cessar, assistia as viúvas, às crianças famintas, a todos os
deserdados, fosse no campo, nas cidades ou nos mosteiros, derramava suas
orações para converter os pecadores, proclamava a paz, pregando a
salvação e a penitência para remissão dos pecados, resolvia conflitos,
desavenças, estabelecendo sempre a harmonia em nome do Senhor.
Compreendia a dor e o sofrimento, pelo amor a Deus, considerava-se um
pecador, o mais miserável dos homens, vivia em penitência e jejum,
purificando seu corpo e todo seu ser, renunciava às mais mínimas
comodidades. Era severíssimo com ele, como São Paulo, ao qual admirava,
mais aos seus filhos espirituais não permitia que fizessem demasiada
penitência nem jejum, pedia sempre que imperasse a virtude da moderação,
para assim poder melhor servir a Deus.
Ano de 1212
Os Padres Beneditinos oferecem-lhe as
pequenas igrejas de Santa Maria dos Anjos, em Porciúncula, pois eram
muitos os homens que atraídos pela vida de pureza do Santo, queriam ser
acolhidos na Ordem. Esta seria o berço da ordem Franciscana, os frades
renovam solenemente seus votos, o Santo os chama de "Frades Menores"
porque sempre serão pobres e humildes. Como nosso Senhor Jesus Cristo
desejava que fossem seus apóstolos, fossem puros e livres das coisas
deste mundo, ter o coração e a mente dominados pelo desejo de Deus, para
trilhar o caminho da bem-aventurada simplicidade. Trabalhava com suas
próprias mãos para alcançar os meios de subsistência, só em último caso
pediam ajuda a outros, jamais deveriam possuir bens de qualquer
natureza, assim não teriam correntes que os prendessem à terra, não
temiam a desaprovação, a caridade os levava até tirar o pão da boca ou a
despojar-se de suas míseras vestes para ir em socorro de quem estivesse
com fome ou fosse mais pobre do que eles. No mesmo ano de 1212 funda a
segunda Ordem das Pobres Damas, destinada às mulheres que desejassem
deixar o mundo, numa dedicação exclusiva à Deus e a nosso Senhor, para
uma vida de oração e de santa pobreza. A figura central á Santa Clara de
Assis jovem nobre que abandonou tudo para seguir a São Francisco, hoje
conhecidas como as Irmãs Clarissas.
Ano de 1213
O Conde Orlando de Chiusi oferece a São
Francisco um monte chamado Alverne, para servir de eremitério, retiro e
oração. É aqui que São Francisco recebe os sagrados estigmas.
Ano de 1216
Obtém do Papa Honório III, sucessor de
Inocêncio III e a pedido do próprio São Francisco a Indulgência para a
Igreja de Santa Maria dos Anjos. Ato bastante audacioso do Santo pois a
Indulgência só era dada aos peregrinos da Terra Santa e aos Cristãos que
iam às Cruzadas. Indulgência é a remissão dos pecados na terra e no
céu, por todas as culpas cometidas desde o nascimento.
Desde o Ano de 1217 a 1219
Levou São Francisco o
Evangelho a todos os povos sarracenos e hereges. Efetuam-se grandes
missões ao exterior. São Francisco visita o Santuário de San Tiago de
Compostella na Espanha. Vai de navio a Marrocos, no Egito atravessa as
linhas inimigas e vai ao acampamento do Sultão do Egito Melek el Kamel,
temido guerreiro pela sua crueldade e que comandava as forças Muçulmanas
nas Cruzadas contra os Cristãos. O Sultão fica surpreso com o audaz
visitante, mantém longas conversas com São Francisco e pede para que
fique com ele. São Francisco responde: "De bom grado fico se te
convertes ao Cristianismo e pedes o mesmo ao teu povo".
No Egito, ante o Sultão Melek-el Kamel, temível guerreiro muçulmano (no
tempo das cruzadas), ante o qual São Francisco efetua um milagre. Em
Damieta, São Francisco se encontra com os Cristãos que faziam parte das
Cruzadas e que tinham sido derrotados pelos Muçulmanos, ele cuida dos
feridos, prega a palavra de Deus, levando a todo conforto espiritual,
diz a historia que nessa batalha morreram 6.000 cristãos. Em Marrocos, 5
de seus missionários são mortos e decapitados, foram os primeiros
mártires da família Franciscana e em 1481 são canonizados pelo Papa
Sisto IV. Até hoje, os Frades Menores encontra-se em todo o Oriente,
trabalhando pela conversão ao Cristianismo. Desde os primeiros tempos
estes Frades Menores tem a custódia do Santo Sepulcro em Jerusalém, obra
que causa admiração aos cristãos do mundo inteiro, esta conquista se
deve a suas Santas Missões, pelas orações, pelas obras de caridade,
porem nunca pela força. A sua volta do Oriente, por onde passa São
Francisco estabelece a paz, converte os incrédulos, opera inúmeros
milagres através da oração, cura doentes, inclusive um menino cego de um
olho, que mais tarde foi frade. Em todas as cidades lhe prestam
homenagem, mas ele se mantém sempre humilde e em penitência, com uma
vida cheia de amor, fé e obras. Em Bolonha instala seu primeiro
hospital. Conhece Santo Antônio de Pádua, que era cônego de Santo
Agostinho, o qual passa para os irmãos Menores, era um profundo
estudioso das Sagradas Escrituras e grande orador. São Francisco por
carta pede ao seu querido irmão que ensine Teologia aos frades para que
não se extinga o espírito da oração e devoção como mandava a Regra. Faz
amizade também com São Domingos de Gusmão, fundador dos Dominicanos.
Conta-se que este, arrebatado em êxtase recebeu um rosário das mãos da
Santíssima Virgem, nossa Senhora do Rosário, Ordem dos Pregadores, hoje
Dominicanos. Por ocasião do Concílio de Latrão em 1215 encontram-se em
Roma, Francisco e Domingos. Dizem que ao sair de uma igreja Domingos viu
São Francisco de Assis, reconhecendo de imediato o homem predestinado
por Deus para a restauração da Igreja Universal. Sentiram-se atraído um
pelo outro e uma santa amizade uniu aquelas duas almas, que tanto bem
deveriam fazer para a humanidade. Os dois receberam do Papa Inocêncio
III, em Roma, no ano de 1215 a incumbência de um trabalho gigantesco
para a gloria de Deus e salvação das almas. São Francisco sempre foi um
grande devoto da Santíssima Virgem Maria, prestou-lhe sempre homenagem.
Foram os Franciscanos os promulgadores da devoção da Imaculada
Conceição. O dogma foi promulgado em 1854. A virgem Maria representava
para São Francisco as portas do céu, ela lhes oferecia o diurno auxílio
na senda espiritual. Apesar de sua vida de árduos trabalhos, São
Francisco agradecia sempre a Deus, porque se julgava um homem feliz,
pelas graças que recebia. O Pensamento de São Francisco nunca se
afastava da luz divina, era uma oração ininterrupta, sempre
aperfeiçoando suas virtudes, jamais teve ostentação, as palavras do
Evangelho e a vida do nosso Senhor Jesus Cristo estavam sempre
presentes. Na sua humildade unia-se cada vez mais a Deus, desejando a
confraternização de todos os seres, sem distinção de raça, credo ou cor.
Ele repetia: "Todos os seres são iguais, pela sua origem, seus direitos
naturais e divinos e seu objetivo final. Homens pobres, ricos e
poderosos, rudes ou letrados pediam para seguir-lhe naquela vida.
Ano de 1221
Funda a Ordem Terceira, ainda como
instrumento de concórdia e de bem estar social. À Ordem primeira dos
Frades Menores incumbia o apostolado de seguir os passos do nosso Senhor
Jesus Cristo e de exemplo de obediência para a Igreja; á Ordem Segunda
das Pobres Damas o sacrifício, a oração e o amor a Deus no Claustro e à
Ordem Terceira a nobre missão de reavivar nas consciências a honestidade
dos costumes e os sentimentos Cristãos de paz e caridade, destinada a
homens e mulheres que sem deserção da própria família e sem renunciar as
suas propriedades, pudessem levar a todos os sentimentos Cristãos e a
estes os chamou de Irmãos da Penitência, conhecida hoje como Ordem
Terceira Franciscana e seus membros tentam alcançar a perfeição Cristã.
Nesse mesmo ano é aprovada a terceira Regra, chamada de Regra Bulada
(aprovada) que impera até hoje, o texto original conserva-se como
relíquia no Sacro Colégio de Assis, outra cópia, com a aprovação Papal
se encontra no Vaticano.
Ano de 1224
O Frei Elias fica sabendo em sonhos que São
Francisco só terá mais dois anos de vida. Neste mesmo ano o Santo de
Assis nomeia o próprio Frei Elias vigário, para suceder o Frei Pedro
Cattani, falecido há pouco. São Francisco inspirado por Deus junto com o
Irmão Leão, seu fiel companheiro e confessor e outros Freis retira-se
ao Monte Alverne já bastante doente, preparando-se para a quaresma de
oração e jejum e a festa de São Miguel Arcanjo, vive em louvor a Deus
passando noites e dias inteiros em oração, só um pedaço de pão e água
que o irmão Leão lhe levava. O Santo de Assis aceitou os percalços e as
vicissitudes da vida terrena, numa demonstração de coragem e de fé
inabalável, sempre aceitou tudo se colocando dentro da virtude da
humildade, e de todas as graças dadas pelo Espírito Santo, nenhuma é
mais preciosa do que a da renúncia. O maior dom de Deus é o da vitória
sobre o amor próprio. É feliz todo aquele que suporta todos os
sofrimentos por amor a Deus. Em toda sua vida religiosa espalhou o amor
universal, a caridade, a paz e a humildade, levando felicidade a muitas
almas, quantas vezes no fim da sua vida, doente estigmatizado e quase
cego visitava cidades e aldeias pregando as verdades evangélicas,
atendia os pobres, os leprosos e necessitados, com seu coração cheio de
santas consolações pedindo a paz, jamais dando por terminada sua missão
terrena e desejando ainda servir a Deus. Corrigia com doces palavras,
mas sabia ser enérgico quando necessário. Falava aos seus filhos
espirituais para que se afastassem do orgulho, vaidade, egoísmo e
avareza, que fossem sempre o exemplo da santa pobreza (como ela a
chamava), humildade, caridade e trabalho. Sempre foi simples em tudo,
severo consigo mesmo, mas benigno com os outros. Nos ensinamentos do
Evangelho encontrava o apoio para aliviar a dor de aquelas almas que em
desespero acudiam a ele, e através da sua fervorosa oração operou
grandes milagres. Ele dizia: "Tudo o que faço é Nosso Senhor que me
guia". Sua alma pura e cristalina aparecia aureolada de luz e ao igual
que o Apóstolo Paulo repetia: "Já não vivo eu, é Cristo que vive em
mim". Suas orações e meditações, constantes e prolongadas por dias e
noites eram elevadas ao Ser Divino, que ele tanto amava, eram de
adoração, de louvor e de ação de graças, ardentes diálogos para poder
servir melhor ao Senhor, outras para pedir pelos pobres, os doentes e
desamparados, ou para implorar sem cessar a Deus por seus filhos
espirituais, temendo a infidelidade de uns e a deserção de outros.
Conta-se que estando ante uma visão divina, dizia humildemente: "Senhor
Deus, que será depois da minha morte, da tua pobre família, que por tua
benignidade foi entregue a mim pecador? Quem a confortará? Quem a
corrigirá? ou Quem rogará por ela? Prometeu-lhe o Senhor que seus filhos
espirituais não desapareceriam da face da terra, até o fim dos tempos,
grandes graças do céu receberiam os religiosos da Ordem que
permanecessem na prática do bem e na pureza da Regra. Os frades
Franciscanos existem há mais de 800 anos!!
O milagre da vertente, São Francisco orando a caminho do monte Alverne
(onde São Francisco recebeu os estigmas). Conta-se que quando ia para o
Eremitério, na longa caminhada de Assis ao monte Alverne, o pobre homem,
dono do jumento que levava São Francisco lastimava-se dolorosamente:
"Estou morrendo de sede, se não beber água vou morrer!". O Santo
compadecido e vendo o lugar tão árido, composto só de pedras e cascalho,
desceu do jumento e ficou em fervorosa oração, logo disse ao homem:
"Corre para trás daquela pedra, ali encontrarás água viva, que neste
momento Cristo com sua força, misericórdia e poder fez nascer". Este
fato é muito comentado porque nessa região nunca existiu água. No monte
Alverne falou aos irmãos: "Sinto aproximar-me da morte e desejo
permanecer solitário, recolher-me com Deus para lamentar meus pecados". O
Frei Leão contava que muitas vezes viu São Francisco em êxtase adorando
a Deus em visões celestiais. Em uma oportunidade viu que São Francisco
falava diante de uma resplandecente chama, outra vez disse que viu o
Santo extrair algo de seu peito para oferecer a Deus, o Frei Leão
perguntou depois a São Francisco o que significava aquilo e ele
respondeu: "Meu irmão, naquela chama que viste estava Deus, o qual
daquela maneira me falava, como antigamente o fez com Moisés, e entre
outras coisas me pediu para lhe oferecer três coisas, e eu lhe respondi:
Senhor meu, Tu sabes bem que só tenho o hábito, o cordão e uma pobre
vestem e ainda estas três coisas são Tuas, que posso, pois Te oferecer
Senhor?" "Então Deus me disse: Procura no teu peito e oferece-me o que
encontrares. Levei a mão ao coração e encontrei uma bola de ouro e a
ofereci a Deus e assim fiz por três vezes, segundo Deus me ordenara!
Imediatamente pude compreender que aquelas três oferendas significavam: a
Santa Obediência, a Altíssima pobreza e a Esplêndida Castidade". Noutra
ocasião o próprio São Francisco ainda deslumbrado, contou a Frei Leão
que viu-se cercado de inúmeros anjos, um deles tocava em delicado
violino uma maravilhosa música e que se o anjo continuasse com os
acordes da celeste melodia, ele certamente teria deixado a vida terrena,
para participar das harmonias eternas. Na solidão em que desejou ficar o
Santo também teve momentos de difíceis provações. Nos estados
contemplativos, eram-lhe revelados por Deus, não somente coisas do
presente, mais também do futuro, assim como, por exemplo, as dúvidas, os
secretos desejos e pensamentos dos irmãos. Frei Leão numa hora amarga
quando sofria tentações, recebeu uma preciosa benção para qualquer
doença do espírito. Uma benção assinada com um simples Tau, que
representa o símbolo da cruz, o amor a Cristo, também é o signo dos que
são amados por Deus, São Francisco tinha grande veneração por este
símbolo e nas suas cartas assinava com ele. Tau é a transformação, o
equilíbrio, o trabalho, a conversão interior que o homem deve sofrer
para unir-se as coisas superiores.
Benção a Frei Leão: "O Senhor te abençoe e te proteja. Mostre a Sua face
e se compadeça de ti. Volte para ti o Seu rosto e te dê a paz. Frei
Leão, que o Senhor te abençoe". Tchau São Francisco amava tanto o Cristo
crucificado que pediu ardentemente duas graças, que antes de morrer
pudesse ele (São Francisco) sentir na alma e no corpo o amor e o
sofrimento da paixão e o Santo de Assis alcançou essas duas graças. Ele
pode ver no céu, um Serafim todo resplandecente de luz que se lhe
aproximou e recebe os estigmas da Paixão, traspassando-lhe os pés, as
mãos e o lado direito, imprimiu-lhe no corpo os sagrados estigmas do
Cristo, isto foi em 14 Setembro de 1224.
São Francisco em êxtase, recebe os estigmas, a sua frente o Serafim Alado com o rosto de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ano de 1225
São Francisco retorna a Sta. Maria dos
Anjos, muito doente e quase cego, muitos foram os milagres realizados
com seus estigmas, temos o exemplo quando em Rieti, em 1225 uma grave
peste devastava os rebanhos, as ovelhas caíam vitimadas por estranho
mal, alguém que conhecera São Francisco pediu-lhe a benção e a sua
valiosa oração para que Deus fizesse cessar a peste. O Santo,
abençoando, mesmo de longe a região atingida, e mesmo estigmatizado,
orou humildemente, e deu-se o milagre, da noite para o dia desapareceu o
terrível mal. A corte papal envia-lhe médico para tratamento, nada
resolve, sabendo-se próximo da morte, desde a planície lança uma benção
sobre Assis, compõe o Cântico ao Sol e dita seu testamento.
Morte de São Francisco, rodeado de seus Filhos Espirituais e coro de
Anjos. Fez ler o Evangelho e na Última Ceia abençoa seus filhos
espirituais presentes e futuros.
Sta. Clara na porta do convento de São Damião, despede-se dos restos
mortais de São Francisco. No dia 3 de Outubro de 1226, morre São
Francisco de Assis, cantando o Salmo 141 e foi sepultado na Igreja de
São Jorge na cidade de Assis.
Ano de 1228
A dois anos da sua morte é canonizado pelo
próprio Papa Gregório IX no dia 16 de Julho de 1228, que vai a Assis.
Conta-se que o Papa Gregório IX duvidando da chaga do lado de São
Francisco, conforme depois contou, apareceu-lhe uma noite São Francisco e
erguendo um pouco o braço direito, descobriu a ferida do lado e o Papa
viu o sangue com água que saía da ferida, toda dúvida foi apagada.
Ano de 1230
Suas relíquias foram trasladadas para a nova Basílica em construção.
Oração de São Francisco de AssisA Oração da Paz é
atribuída a São Francisco de Assis e comumente denominada de Oração de
São Francisco, esta oração anônima foi escrita no início do século XX
tendo aparecido inicialmente num boletim paroquial na Normandia, França,
em menos de dois anos foi impressa em Roma em uma folha, em que num
verso estava a oração e no outro verso da folha foi impresso uma estampa
de São Francisco; por isto e pelo fato de que o texto reflete muito bem
o franciscanismo esta oração começou a ser divulgada como se fosse de
autoria do santo.
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