Arena Gremio no dia da abertura Oficial
Dois novos estádios com pelo menos 45 mil
lugares estão previstos para ficar prontos no primeiro semestre de 2013
trazendo para o mercado brasileiro um novo modelo de gestão que irá
gerar uma receita de até R$ 60 milhões ao ano para os clubes
proprietários.
E apesar de a bola rolar em seus gramados com mais de um ano de
antecedência da Copa do Mundo, esses estádios estarão fora do certame,
ainda que seus projetos sejam mais baratos e bem mais sustentáveis que a
maioria dos locais que receberão o Mundial.
Os projetos em questão são a Nova Arena do Palmeiras, em São Paulo, e
a Arena do Grêmio, em Porto Alegre, que além dos cerca de 40 jogos que
realizarão no local por temporada, já trabalham para utilizar as novas
instalações com outros 200 eventos entre shows, conferências, feiras e
festas ao longo do ano.
Tendo em vista o potencial em receita fora das quatro linhas, o
Palmeiras foi atrás de uma das maiores gestoras de espaços esportivos do
mundo, a americana AEG, que entre as dezenas de locais administrados
pelo mundo está o estádio Staples Center, em Los Angeles, e o The O2, em
Londres.
"O Palmeiras tem grande interesse na área de entretenimento pois a
receita gerada nessa área pode ser grande", diz Rogério Dezembro,
diretor de novos negócios da WTorre, empresa de engenharia que é
parceira do clube na construção do estádio.
O acordo firmado com a AEG é exclusivo para a capital paulista e tem duração de 10 anos podendo ser renovado por mais 20.
Dos eventos realizados no local, o Palmeiras ficará com uma
porcentagem que variará de 20% a 45%. Na comercialização de espaços
publicitários (Naming Rights, camarotes e placas no campo), cuja
responsabilidade é da Traffic, a participação do clube ficará entre 5% a
30%.
A variação aumenta a cada cinco anos e a projeção dos envolvidos no
projeto é a de que o Palmeiras tenha uma receita de US$ 1 bilhão (cerca
de R$ 1,8 bilhão) ao longo dos 30 anos de contrato com a WTorre.
Receita interna
Já a OAS, construtora responsável pelas obras da Arena do Grêmio,
estima que o clube poderá embolsar receita anual de R$ 40 milhões com o
novo estádio e os serviços agregados a ele.
Além dos jogos de futebol, a verba viria através da exploração de
espaços comerciais no estádios, estacionamento, camarotes, espaços para
ações de marketing e aluguel dos mais variados tipos de evento, que vão
de festas de aniversário a grandes shows musicais.
"Já estamos discutindo um modelo de gestão com consultores no Brasil e
no exterior para ser adotado nessa arena", diz Carlos Eduardo Paes
Barreto, responsável pela coordenação das obras dos estádios da OAS,
comentando a possibilidade de um acordo com empresas especializadas em
gerir o novo estádio do Grêmio nos mesmos moldes do contrato realizado
pelo Palmeiras com a AEG.
Mais em conta
Além do plano de negócios mais elaborado, as arenas privadas de
Grêmio e Palmeiras também se diferenciam da maioria dos estádios
destinado à Copa nos custos das obras.
Orçado em R$ 475 milhões para uma capacidade de 60 mil espectadores, o
gasto por assento da Arena do Grêmio é de R$ 7,9 mil. Na Nova Arena do
Palmeiras, cujo investimento é de R$ 330 milhões, para 45 mil
torcedores, essa relação é de R$ 7,3 mil.
Já o Maracanã e o Itaquerão, dois dos principais estádios que estão
em obras para o Mundial e cujos valores ultrapassam a casa do R$ 1
bilhão, o custo por assento ficará acima de R$ 15 mil.
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